quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

viaja-se a Pasárgada

Fui-me eu embora para Pasárgada, como Bandeira pediu-me. Utopicamente, acreditei estar em um plano distante dos meus problemas físicos e psíquicos, porém, não gostei daquelas prostitutas cheias de enfermidades. Passaram-me bolhas que expulsam um fluido denso de coloração branco-amarelada; um pus de caráter viral. Das histórias que escutei, palradas pela mãe d’água, excitei-me. Eram cheias de maldades excêntricas; de frivolidades absurdas. Fui-me a Pasárgada e acabei encontrando uma realidade distinta daquelas escritas pelo tal Manuel. Eram rios imundos; lagos repletos de cadáveres flutuantes. Acho eu, que Bandeira estivera sob ação de aguardente; de uma bebida barata; um vinho mal fermentado quando descrevera Pasárgada. Voltei-me, então, à minha fossa; à sarjeta. Tirei de minha goela uma réstia de moral. Joguei-a em uma possa rasa de sangue coagulado e continuei a decifrar uma mágoa desconhecida.

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